sexta-feira, 27 de agosto de 2010











Não me canso de ficar perplexa com o cérebro humano, fantástico e inesgotável, ainda em grande parte ininteligível .

Nesse universo imensurável, distúrbios extremistas, como psicopatia e os TOC’s, sempre foram os fenômenos que mais intrigaram as pessoas, gerando livros analíticos campeões de vendas, assim como badalados documentários. Tudo bem. Nada, porém, jamais chamou mais minha atenção do que eles, mistificados ou ignorados, tão corriqueiros...sonhos.

Meu Deus,os sonhos.O que são eles?Algo tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, que parte de nossa própria mente para depois esconder suas razões em recônditos e tornar-se objeto de indagação e confusão por ela mesma.Interessante autossabotagem, não é mesmo?

Encenação turva que invade nosso adormecer, como um estranho filme sem vocação para blockbuster, ao permitir apenas um espectador solitário, de roteiro nada comercial, já que seus personagens e cenários só fazem sentido verdadeiramente pra uma pessoa ( e às vezes nem para ela), e mais real do que qualquer tecnologia tridimensional possa aspirar a ser.

Presto muita atenção neles.E não entendo a busca de tantos significados subliminares, como se tivessem mensagens externas (por exemplo, dentes caindo = morte de alguém querido).Pra mim não há nada “do além” ali.Bem ao contrário, creio que revelam nada mais do que o interior, o que somos e temos de mais velado.Uma oportunidade única de conhecer essa outra pessoa que habita em nós e se oculta sorrateiramente atrás da consciência, desafiando por alguns instantes a tênue fronteira entre fantasia e concretude."

Este rascunho foi escrito exatamente em 28/02/2009, às 23:17.Com o mega hype de “A Origem”, super produção nolaniana protagonizada por Leonardo DiCaprio (vide texto abaixo) que já arrecadou mais de 600 milhões de dólares mundialmente, e cuja temática principal é justamente o universo onírico, rememorei este texto e resgatei-o das cinzas.

Sem estender minhas filosofadas aqui, apenas digo que o filme é uma ótima reflexão para os que têm o mesmo fascínio que eu, e reitero minhas palavras do ano passado, cada vez mais profunda admiradora dessas nossas mentes ilusionistas, cheias de truques e artifícios, que sabiamente concedem-nos apenas o benefício da dúvida entre sonho e realidade.


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É estranho ter que escrever “autossabotagem” (saudades da gramática old school) .

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