domingo, 29 de agosto de 2010

Jovem Guarda



“Insatisfação é juventude”.Morto em 1926, o escritor europeu Rainer Maria Rilke jamais vislumbraria que sua afirmação poderia se tornar uma tradução tão perfeita pra toda uma geração posterior.Pois não há frase que se encaixe com mais apuro aos inesquecíveis anos 60 do século XX, sem dúvida a década dos jovens, que trouxe consigo uma onda de rebeldia e inquietude que varreu o mundo.

Mas,o que ocorreu nesses 3653 dias, capazes de gerar fascínio até hoje?

Mesmo mais de 40 anos depois, ninguém sabe explicar o que fez daquele decênio tão singular.Fato é que algo se despertou, fazendo com que adolescentes e universitários saíssem de suas zonas de conforto e levantassem as vozes, indo para o fronte exigir mudanças.

Na França, berço de todas as revoluções da história, maio de 68 tornou-se um símbolo. A cadeia de barricadas, revoltas e greves que sacudiu o país foi tão grande, que no dia 20 o país amanheceu sem diversos serviços públicos, como metrô, ônibus e telefonia.

No Japão,a convicção anti-Estados Unidos, que os culpava por explodir desnecessariamente as bombas atômicas e desejava a expulsão de suas tropas do país, era tão intensa que dava impulso para os jovens conflitarem com a polícia por até 10 horas.

O sentimento de transformação era tão contagiante que chegou até países onde manifestações estudantis eram coisas raríssimas, pra não dizer inimagináveis, como os comunistas Polônia e a antiga Tchecoslováquia.

No México, a classe estudantil protestava continuamente contra a ditadura disfarçada.Por essa razão, foi vítima de uma emboscada na praça de Tlatelolco, onde fora marcada uma reunião para discutir uma trégua durante as Olimpíadas a serem realizadas no país, assim como a libertação de presos políticos, sendo até hoje impreciso o número de mortos neste massacre.

Mas nem só de questões políticas fervilhava a década.As discussões sobre arte, religião e revolução sexual também andavam a todo vapor, culminando num verdadeiro caldeirão de agitações juvenis, que se fazia perceber nas diversas palavras de ordem pichadas nos muros como “A arte está morta.Não consuma seu cadáver” , “Deus, te suponho um intelectual de esquerda” e “Abra sua mente tantas vezes quanto abre sua braguilha”.

Se os jovens de hoje enxergam as músicas apenas como matéria-prima para suas playlists de Ipod altamente rotativas, com suas letras ensimesmadas e despretensiosas (as 20 canções de maior sucesso da década de 2000 falam todas sobre relacionamentos amorosos ou festas), nos anos 60 a visão era bem diferente: a música tinha uma carga altamente passional, tendo seus versos transformados em hinos e entoados a plenos pulmões.Era a válvula de escape onde se podia descarregar toda a insatisfação com o rumo da própria vida e do país, num sentimento que pode ser bem sintetizado nas frases da canção da época “
Street Fighting Man”, dos Rolling Stones: “Mas o que pode um rapaz pobre fazer, além de cantar numa banda de rock?Pois na Londres sonolenta, não há lugar para um homem que luta nas ruas”.

Nos Estados Unidos, não é possível falar da geração sessentista sem citar os hippies.Pacifistas, de filosofias liberais e visuais nada tradicionais, eram visto com escárnio pelos conservadores, que lançaram até uma campanha publicitária com o slogan “Embeleze a América, corte o cabelo”.Apesar do movimento hippie propriamente dito ter tido vida curta, ele serviu de inspiração para pessoas em todo mundo e gerou produtos culturais imortais, como o clássico musical da Broadway “
Hair” e o Festival de Woodstock.

No Brasil, os anos 60 foram cunhados indelevelmente pelo golpe militar e a posterior ditadura.Para driblar a truculência dos oficiais, entidades como a UNE(União Nacional dos Estudantes) tornavam-se cada vez mais focos de resistência.

O assassinato do estudante Edson Luís de Souto Lima, de apenas 17 anos, no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, foi um marco.Atingido mortalmente por um dos tiros indiscriminados dados pela polícia, que tomou de assalto o lugar, ele teve seu corpo velado por 60 mil pessoas indignadas. Edson tornou-se assim mártir de um movimento estudantil indefeso e idealista, que não tinha a quem pedir socorro pelos abusos e perseguições, mas que acreditava e continuava sua batalha.

Permeados por emoções contraditórias e marcantes, os anos 60 foram realmente especiais. O grupo inglês The Who já dizia em sua antológica canção “
My Generation”, “Espero morrer antes de ficar velho”, indo ao âmago do espírito da época: jovem, livre, e até mesmo portador de certa síndrome de Peter Pan, com horror a tudo que remetesse a velhos valores e comportamentos, sinônimos de rigidez e infelicidade.

Apesar de a tão sonhada era de Aquário não ter chegado, e a história ter seguido seu curso de maneira muitas vezes indesejada, façamos as devidas reverências à coragem destes pequenos revolucionários, que ousaram sonhar e gritar para todo o mundo essas quimeras, numa época em que os muros tinham ouvidos e os ouvidos tinham muros.
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Escrevi este texto, com algumas modificações, para um currículo para estágio.A idéia veio de um livro chamado "1968 - Eles só queriam mudar o mundo", que eu ganhei ano passado.Cheio de fotos e relatos, é bem legal pra quem, além do espírito da época, gosta de história em geral.

Meu pai, Osama



"Quando penso em meu pai, o sentimento que tenho é de tristeza, mais do que tudo"


O garoto Omar Osama Bin Laden não podia sorrir. Se o fizesse, seu pai, Osama, o repreendia de acordo com o número de dentes à mostra. Qualquer manifestação de alegria era considerada ofensiva aos preceitos islâmicos. Omar é o quarto dos 21 filhos conhecidos de Osama Bin Laden. Assim como todos os seus irmãos, não tinha brinquedos, não podia tomar refrigerantes, só saía de casa sob vigilância. Mesmo sendo de uma das famílias mais ricas da Arábia Saudita, vivia em casas sem geladeira, ventilador, sem nada que indicasse “modernidade”. Isso quando sua moradia não foi o alto de uma montanha em Tora Bora, no Afeganistão. A vida dura, na visão do pai, seria uma preparação para Omar suceder-lhe à frente da Al-Qaeda, que organizou os ataques do 11 de setembro.

Mas Omar ousou recusar esse caminho. Fugiu do Afeganistão e decidiu contar sua vida ao lado do terrorista mais procurado do mundo. (...) 'Meu pai me fez um homem ciente de que há melhores meios que a guerra', diz

Revista Época, 16/08/2010

Osama Bin Laden é o homem mais caçado da história. Inimigo número 1 dos Estados Unidos, teve a cabeça avaliada em 50 milhões de dólares pelo Senado americano, que oferece tal quantia para quem levar à sua captura.

Odiado no ocidente, adorado por muitos no Oriente, e até mesmo simplesmente desacreditado por adeptos da teoria da conspiração, que acham que ele não passa de um personagem construído, fantoche para encobrir histórias sinistras, Osama é uma lenda dos tempos modernos.

Apesar disso, pouco se sabe sobre ele.

Terrorismo certamente é uma palavra que nada combina com família, o que fez com que esse aspecto de sua vida resultasse um tanto apagado na mídia e na curiosidade das pessoas. Afinal, quem imagina um homem que arquiteta planos genocidas e lidera uma das maiores organizações disseminadoras de violência do planeta sob qualquer perspectiva que envolva afeto?

Eis que surge Omar, lançando luz sobre esta faceta tão longínqua. Aos 29 anos, fugido do Afeganistão há 9, ele revela a vida debaixo do mesmo teto de Osama, sob a condição do mais estreito laço que pode existir, o de pai e filho.

Ele conta que seu pai era um homem severo e inflexível, que vivia em seu particular “mundo louco”. As lembranças não são boas. Omar viveu uma infância sem amigos, doces e brincadeiras, sem “quase nada, a não ser o chão sob os pés”, e passou por momentos difíceis na adolescência, quando o pai o escolheu como sucessor, e ele ficou dividido entre o temor pelo genitor e sua aversão à guerra, até ter coragem de abandonar tudo em 2001, e depois nunca mais retomar contato.

Atualmente, vive entre Catar, Síria e Arábia Saudita, sempre em endereços secretos. Dedica-se à área empresarial, porém revela que seu sobrenome sempre dificulta as negociações. Teve suas histórias, assim como as de sua mãe, primeira mulher de Osama, narradas pela jornalista americana Jean Sasson no livro Sob a sombra do terror ( Growing Up Osama) , lançado neste mês.

Apesar de tudo, Omar diz que sonha em trabalhar para as Nações Unidas, em missões de paz.“Muitas vezes, pergunto-me se meu pai teria matado tantas vezes que o ato de matar não lhe traga mais prazer nem dor. Não sou nada parecido com meu pai. Enquanto ele reza pela guerra, eu rezo pela paz”.

Omar com seus irmãos Fatima e Sa'ad, em 1990


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Há alguns meses atrás, zapeando pela TV a cabo, deparei-me com Omar em entrevista na CNN. Minha atenção foi atraída imediatamente, visto que sempre me interessei bastante pela história dos Estados Unidos e, é claro, o 11 de Setembro. Desde então, venho procurando saber coisas a respeito do filho de Osama que afirma desejar o fim das atividades do pai.


De tudo que li, vi e ouvi, posso dizer para vocês que o que mais me impactou foram, veja só, os comentários postados em fóruns de discussão e no Youtube. Eu, pelo menos, esperava um percentual considerável de apoio e até confiança, mas o que havia lá era bem diferente.

Considero a internet um meio fantástico de descobrir reais opiniões, parece que as pessoas se sentem bem mais “protegidas” para expressar o que pensam de forma espontânea e sem tentativas de parecer politicamente corretas, como não fariam se estivessem em um meio de comunicação convencional ou mesmo uma conversa presencial.

Foi analisando essas mensagens que pude compreender a completa ojeriza que os norte-americanos têm a Osama Bin Laden e o altíssimo grau de suspeição que destinam a qualquer coisa/pessoa ligada a ele. Eu só tinha conhecimento, não dimensão: os conterrâneos do Tio Sam realmente estão levando a sério a história de dormir com um olho aberto.

E bom, não sejamos hipócritas, eles têm suas razões, e provavelmente estaríamos fazendo o mesmo no lugar deles.

Se Omar é quem diz ser? A mim, pareceu convincente, mas nunca se sabe. De qualquer forma, teorias da conspiração à parte, acho que uma história como essa vale pelo simples potencial de inspiração que pode despertar em qualquer pessoa que viva num ciclo de brutalidade e desesperança, aparentemente vicioso, e sonhe com uma realidade diferente.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010











Não me canso de ficar perplexa com o cérebro humano, fantástico e inesgotável, ainda em grande parte ininteligível .

Nesse universo imensurável, distúrbios extremistas, como psicopatia e os TOC’s, sempre foram os fenômenos que mais intrigaram as pessoas, gerando livros analíticos campeões de vendas, assim como badalados documentários. Tudo bem. Nada, porém, jamais chamou mais minha atenção do que eles, mistificados ou ignorados, tão corriqueiros...sonhos.

Meu Deus,os sonhos.O que são eles?Algo tão próximo e ao mesmo tempo tão distante, que parte de nossa própria mente para depois esconder suas razões em recônditos e tornar-se objeto de indagação e confusão por ela mesma.Interessante autossabotagem, não é mesmo?

Encenação turva que invade nosso adormecer, como um estranho filme sem vocação para blockbuster, ao permitir apenas um espectador solitário, de roteiro nada comercial, já que seus personagens e cenários só fazem sentido verdadeiramente pra uma pessoa ( e às vezes nem para ela), e mais real do que qualquer tecnologia tridimensional possa aspirar a ser.

Presto muita atenção neles.E não entendo a busca de tantos significados subliminares, como se tivessem mensagens externas (por exemplo, dentes caindo = morte de alguém querido).Pra mim não há nada “do além” ali.Bem ao contrário, creio que revelam nada mais do que o interior, o que somos e temos de mais velado.Uma oportunidade única de conhecer essa outra pessoa que habita em nós e se oculta sorrateiramente atrás da consciência, desafiando por alguns instantes a tênue fronteira entre fantasia e concretude."

Este rascunho foi escrito exatamente em 28/02/2009, às 23:17.Com o mega hype de “A Origem”, super produção nolaniana protagonizada por Leonardo DiCaprio (vide texto abaixo) que já arrecadou mais de 600 milhões de dólares mundialmente, e cuja temática principal é justamente o universo onírico, rememorei este texto e resgatei-o das cinzas.

Sem estender minhas filosofadas aqui, apenas digo que o filme é uma ótima reflexão para os que têm o mesmo fascínio que eu, e reitero minhas palavras do ano passado, cada vez mais profunda admiradora dessas nossas mentes ilusionistas, cheias de truques e artifícios, que sabiamente concedem-nos apenas o benefício da dúvida entre sonho e realidade.


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É estranho ter que escrever “autossabotagem” (saudades da gramática old school) .

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Leonardo, o injustiçado



Leonardo Wilhelm DiCaprio surgiu para o mundo no começo dos anos 90.Franzino, com feições e voz extremamente infantis (esta última , aliás, ele conserva praticamente a mesma até hoje), o garoto de sangue meio hippie, meio germânico, saído dos guetos de Los Angeles, começou numa série televisiva familiar e em filmes pouco inspirados, como “Criaturas 3”.Mas por pouco tempo.

Logo depois, em 1993, estaria ao lado de ninguém menos que Robert De Niro, em “
O Despertar de um Homem”.A partir daí, iniciou-se uma carreira singular .Leonardo foi doente mental em “Gilbert Grape - Aprendiz de sonhador”(papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Coadjuvante), mocinho clássico no modernoso “Romeu + Julieta” e no arrasa-quarteirão “Titanic”, Rei Sol no sessão-da-tardezístico “O Homem da Máscara de Ferro”, malandro incorrigível (e irresistível) em “Prenda-me Se For Capaz”, maníaco obsessivo em “O Aviador”, machão em “Os Infiltrados”, fracassado do “american dream” no denso e sincero “Foi Apenas Um Sonho”, dentre outros papéis marcantes.

Em termos de fama e retorno financeiro, Leo vive no Olimpo hollywoodiano.Sua filmografia já acumula cerca de US$ 4 bilhões de bilheteria, seu salário gira em torno de S$20 milhões por filme e seu rosto é um dos mais conhecidos do cinema.Sua celebridade, inclusive, já gerou episódios excêntricos em terras brasucas, como a declaração de Cateano Veloso, em pleno auge do ator, durante a febre Titanic, que disse que "
devoraria Leonardo DiCaprio, mas no sentido antropofágico". Piada ou não, a estranha afirmação ficou eternizada na canção Eu Te Devoro, de Djavan ("Noutro plano, te devoraria tal Caetano a Leonardo DiCaprio...").


É incompreensível como a Academia, ao contrário do mundo todo, consiga ficar tão indiferente à ele. Eu, tendo assistido a praticamente todos os seus filmes (os que faltam são aqueles que não acho em lugar nenhum, o que me deixa profundamente frustrada), reclamo minha propriedade pra opinar.E digo que DiCaprio é um ator verdadeiramente versátil e expressivo, que tem a proeza de conseguir fazer-me emocionar de verdade, e que há muito, mas muito, além de seus cabelos loiros e lindos olhos azul-celeste, traços que parecem ofuscar irremediavelmente sua inteligência e talento.

Não sei a que provas seus críticos ainda querem submetê-lo, talvez à velhice e à decrepitude, para então reconhecer seu mérito como grande ator, e por tabela merecedor de um grande prêmio.


Pelo menos podemos ser brindados com ótimos filmes e atuações, enquanto ele continua sua caminhada rumo ao justo reconhecimento.Boa sorte, Leo.




P.S: Sempre gostei do Leonardo DiCaprio.Até demais, como sentenciava minha mãe.Explico: em tenros anos, vivi junto a minhas primas a
so-called “Leomania” dos anos 90, que ainda levei adiante por mais um bom tempo, até a minha pré-adolescência , nos anos 2000, não me importando com meu já anacronismo em relação aos ídolos do momento.Colecionei fotos, revistas, pôsteres, tinha raiva das modelos nórdicas que pipocavam ao seu lado.
Já superei essa fase, mas guardo o singelo sentimento dos que já foram fãs, e não tenho coragem de me desfazer de nenhum dos meus materiais, que ficam guardados bonitinhos no fundo do meu armário.

Take a trip...



Poucas coisas são tão curiosas e pitorescas como o transporte subterrâneo paulistano. É incrível como um único lugar, mesmo que apenas de passagem, consiga concentrar os espécimes mais excêntricos, divertidos e estranhões da diversificada fauna humana da metrópole, e por que não, do país e do mundo, transformando aquele cenário férreo e monótono num mosaico de personalidades que nem a “alucinógena” Alice imaginaria.


Pra quem não conhece a cidade, o que eu tenho a dizer é: antes de visitar o Masp ou casas noturnas, ande de metrô.Entre engravatados, orientais, metaleiros e manos, sempre aparecem figuras únicas. Na última viagem que fiz à cidade, em janeiro, andei de metrô todos os dias e olhei coisas , no mínimo, bastante interessantes .Citando apenas algumas:


-Um casal de cosplay em pleno domingo de manhã, às cerca de 8hrs.Ele de macacão laranja e cabelo todo espetado em mechas grossas, no qual devem ter sido gastos alguns muitos sprays de laquê, e ela com roupa de boneca (não consegui associar os dois à nenhum personagem, nunca fui fã de anime).

-Uma mulher de cerca de 40 anos lendo um livro pré-adolescente.


-Um senhor de peruca à la Zé Bonitinho (JURO!) e bigode colado, absurdamente caricato.Eu e minha irmã ficamos com sérias suspeitas (e medo) dele ser um foragido da polícia disfarçado.


-Uma hermana, creio que argentina, com um mullet totalmente
old fashioned , que não parava de falar por um segundo sequer, sempre muito rápido, me deixando nauseada com seu castelhano à 100km/h.

-Um careca com jeito de francês (vocês também conseguem sacar a nacionalidade da pessoa só pelo jeito?) usando uma daquelas tradicionais boinas e com a expressão mais serena que já vi na vida.Fiquei imaginando se era artista ou professor de filosofia.

-Um bicho-grilo com pasta de executivo.

Sem falar na quantidade impressionante de cabelos coloridos, em tons cada vez mais fluorescentes, e nos empolgados que ao colocarem fones de ouvido começam a exibir seus dotes vocais (quase sempre sofríveis).



Uma graça.



Todos seguindo pela cidade com os objetivos mais distintos possíveis, juntos num mesmo recinto, tão próximos e tão distantes, e em combinações tresloucadas e variadas, que zombam de todas as divisões sociais de status, aparência, ideologia, credo etc.

Muitas vezes sem se darem conta das peculiaridades que os cercam, já anestesiados pelo cotidiano, só querendo chegar ao seu destino final sem muitos empurrões ou correrias,com um pouco de sorte até sentados e com um lugar pra encostar a cabeça.


E assim segue a vida no metrô, de estação em estação, unindo e separando vidas a cada vez que o alarme toca e as portas se abrem.





É, São Paulo não pode parar.



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Depois de um longo hiato, aqui estou.