
"Quando penso em meu pai, o sentimento que tenho é de tristeza, mais do que tudo"
Revista Época, 16/08/2010
Osama Bin Laden é o homem mais caçado da história. Inimigo número 1 dos Estados Unidos, teve a cabeça avaliada em 50 milhões de dólares pelo Senado americano, que oferece tal quantia para quem levar à sua captura.
Odiado no ocidente, adorado por muitos no Oriente, e até mesmo simplesmente desacreditado por adeptos da teoria da conspiração, que acham que ele não passa de um personagem construído, fantoche para encobrir histórias sinistras, Osama é uma lenda dos tempos modernos.
Apesar disso, pouco se sabe sobre ele.
Terrorismo certamente é uma palavra que nada combina com família, o que fez com que esse aspecto de sua vida resultasse um tanto apagado na mídia e na curiosidade das pessoas. Afinal, quem imagina um homem que arquiteta planos genocidas e lidera uma das maiores organizações disseminadoras de violência do planeta sob qualquer perspectiva que envolva afeto?
Eis que surge Omar, lançando luz sobre esta faceta tão longínqua. Aos 29 anos, fugido do Afeganistão há 9, ele revela a vida debaixo do mesmo teto de Osama, sob a condição do mais estreito laço que pode existir, o de pai e filho.
Ele conta que seu pai era um homem severo e inflexível, que vivia em seu particular “mundo louco”. As lembranças não são boas. Omar viveu uma infância sem amigos, doces e brincadeiras, sem “quase nada, a não ser o chão sob os pés”, e passou por momentos difíceis na adolescência, quando o pai o escolheu como sucessor, e ele ficou dividido entre o temor pelo genitor e sua aversão à guerra, até ter coragem de abandonar tudo em 2001, e depois nunca mais retomar contato.
Atualmente, vive entre Catar, Síria e Arábia Saudita, sempre em endereços secretos. Dedica-se à área empresarial, porém revela que seu sobrenome sempre dificulta as negociações. Teve suas histórias, assim como as de sua mãe, primeira mulher de Osama, narradas pela jornalista americana Jean Sasson no livro Sob a sombra do terror ( Growing Up Osama) , lançado neste mês.
Apesar de tudo, Omar diz que sonha em trabalhar para as Nações Unidas, em missões de paz.“Muitas vezes, pergunto-me se meu pai teria matado tantas vezes que o ato de matar não lhe traga mais prazer nem dor. Não sou nada parecido com meu pai. Enquanto ele reza pela guerra, eu rezo pela paz”.
Omar com seus irmãos Fatima e Sa'ad, em 1990
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De tudo que li, vi e ouvi, posso dizer para vocês que o que mais me impactou foram, veja só, os comentários postados em fóruns de discussão e no Youtube. Eu, pelo menos, esperava um percentual considerável de apoio e até confiança, mas o que havia lá era bem diferente.
Considero a internet um meio fantástico de descobrir reais opiniões, parece que as pessoas se sentem bem mais “protegidas” para expressar o que pensam de forma espontânea e sem tentativas de parecer politicamente corretas, como não fariam se estivessem em um meio de comunicação convencional ou mesmo uma conversa presencial.
Foi analisando essas mensagens que pude compreender a completa ojeriza que os norte-americanos têm a Osama Bin Laden e o altíssimo grau de suspeição que destinam a qualquer coisa/pessoa ligada a ele. Eu só tinha conhecimento, não dimensão: os conterrâneos do Tio Sam realmente estão levando a sério a história de dormir com um olho aberto.
E bom, não sejamos hipócritas, eles têm suas razões, e provavelmente estaríamos fazendo o mesmo no lugar deles.
Se Omar é quem diz ser? A mim, pareceu convincente, mas nunca se sabe. De qualquer forma, teorias da conspiração à parte, acho que uma história como essa vale pelo simples potencial de inspiração que pode despertar em qualquer pessoa que viva num ciclo de brutalidade e desesperança, aparentemente vicioso, e sonhe com uma realidade diferente.
Um comentário:
tu plantou a cofiança nele na minha mente e no fim do texto tu despertou a desconfiança, sua danadinha...
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