sábado, 26 de março de 2011


Lolita, light of my life, fire of my loins. My sin, my soul.






Lo-lee-ta: the tip of the tongue taking a trip of three steps down the palate to tap, at three, on the teeth. Lo. Lee. Ta.

She was Lo, plain Lo, in the morning, standing four feet ten in one sock. She was Lola in slacks. She was Dolly at school. She was Dolores on the dotted line.

But in my arms she was always Lolita.







What drives me insane is the twofold nature of this nymphet, of every nymphet perhaps, this mixture in my Lolita of tender, dreamy childishness and a kind of eerie vulgarity.


I knew, of course, that for her it was only an innocent game, a bit of backfisch foolery in imitation of some fake romance, and since (as the psychotherapist, as well as the rapist, will tell you) the limits and rules of such girlish games are fluid, or at least too childishly subtle for the older part to understand —I was dreadfully afraid I might go too far and cause her to start back in revulsion and terror.


We loved each other with a premature love, marked by a fierceness that so often destroys adult lives.







He broke my heart, Humbert. But you, you merely broke my life.



quinta-feira, 17 de março de 2011

"Anjinho"


A quieta, a certa, a parruda

A calada, a falada

mal-interpretada?

A transparente

A quase-inocente

A inescrupulosa

A rockeira

A fresca, a exigente

A que não gargalha com a gente

A magra, a modelo

Beleza sem elo

Boa aluna, santa

De gentileza, uma boa fortuna

A amiga amigável

Porém nada sociável

Indiferente, inconstante

Não se alegra nem quando contente

A excêntrica, meio emo

Adora estar lendo

Não sorri, não sai, não ri

Fria, perpétua, singela

Assim como uma boa Cinderela

Rosa branca, difícil de cativar

Boa amiga, difícil de encontrar

Teresa, amiga cereja

Branquinha, anjinho, bonitinha

Assim é a nossa amiga Têzinha.

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Revirando uma caixa de papéis hoje, deparei-me com essa poesia que uma amiga fez para mim no 1º ano... Uma gracinha. Discordo de certas características, como "meio emo” e “inescrupulosa”, usadas aí em licença poética, hehe. E há outras que já não fazem mais parte de mim, como a extrema seriedade... Fiquei mais sorridente e comunicativa, né? Digam que sim!

Quanto ao "anjinho"... Bom, deixo sob a avaliação de vocês.

P.S: Quero mais poesias sobre mim (egocêntrica sempre)

sábado, 12 de março de 2011

O mito da amizade eterna


Encontrei uma ex-amiga outro dia. De tantas combinações com o prefixo, talvez seja esta a que crie a mais estranha alcunha para alguém. O ex-amigo, tal qual a névoa de inversão térmica que flutua acima de São Paulo, paira sobre todos os outros status de relacionamento. E essa ideia cinzenta e amorfa é capaz de confundir nossos sentimentos à maneira da poeira aos olhos.

Pois bem. Muito tempo passado desde que nos falamos e vimos pela última vez, após uma quase-briga no último ano do colégio, eu e a garota topamos na fila para uma boate. Atualmente morando em outro estado, ela estava de férias aqui. Avistei-a de longe com alguns amigos nossos da época secundarista. Ela sorriu para mim, e eu, sem saber direito o que fazer, dei outro sorriso de volta, bem amarelo. Dentro da boate, nos encontramos de novo. Pensei: “Não vou bancar a imatura. Afinal, podemos superar isso, mesmo que superficialmente”. E lá fui eu expressar cordialidade. A menina tentou passar simpatia, perguntou sobre a minha vida, o que eu andava fazendo, quem eu namorava e tudo mais. “Vamos ao cinema domingo?”, forçou, até. Entretanto, as coisas realmente não eram mais como antes. Conversamos educadamente, mas não consegui nem sequer esboçar interesse em estar ali. Ela era uma estranha.

Nosso afastamento foi causado por uma sucessão de episódios que me fizeram perder a confiança naquela que, veja só, era não somente minha amiga, como a minha melhor amiga. Eles culminaram em um acontecimento que tornou insustentável nossa relação, pelo menos para mim. Quando a encontrei agora, confirmei o que já suspeitava: nunca mais poderíamos estabelecer algo próximo de uma amizade.

De vez em quando, confesso que olho antigas fotos e papéis de conversas e sinto uma ponta de saudade daquela época. Porque, por mais que a menina me desse muita dor de cabeça, era alguém com quem eu podia desabafar, rir das coisas mais bobas, passar a tarde cantando e discutir horas a fio sobre garotos. Eu lembro bem do violão, do quarto laranja onde dormi algumas vezes, daquele cachorro de estimação imenso do qual eu morria de medo e até do dia em que tentamos pintar o cabelo dela de azul com papel crepom.

Dizem por aí que a amizade é um amor que nunca morre. Infelizmente, não é verdade. Quando se trata de pessoas, nada é eterno. E a amizade é muito bonita, mas humana: está sujeita às nossas metamorfoses.

São muitos os que achávamos que seriam nossos companheiros para sempre, mas que evadiram-se pelos caminhos da vida. As razões são diversas: distância, falta de tempo, namoro, ou até mesmo a substituição por amigos “melhores”. Às vezes nem sequer há uma razão.

Sinto falta daqueles que perdi ao longo dos anos. O paulista gente boa sempre disposto a me ouvir todas as manhãs. A adolescente meiga com quem eu passava os recreios e compartilhava a esdrúxula mania de arrancar cabelos. Aquela que vinha tomar banho de piscina na minha casa e discutir a capa do cd do Nickelbak (até hoje ainda não resolvemos essa polêmica, depois explico a vocês). Até mesmo a Érika — nunca esqueci que o nome dela é com "k"—, da segunda série, uma magricela dentucinha que andava comigo pra cima e pra baixo. Sem contar a minha carne-e-unha do ginásio, cujo número do telefone sei de cor até hoje. E a Daniela, meu Deus, lá do Rio, será que sequer ainda lembra de vez em quando que eu existo?

Essas pessoas não estão mais comigo, mas me fizeram felizes enquanto estavam. É por tal razão que procuro aproveitar ao máximo todos os queridos amigos que tenho hoje. Não por pensar que têm prazo de validade na minha vida, e sim por saber o quanto são valiosos. Porque ninguém pode garantir que as amizades serão eternas, é verdade, mas pelo menos as boas lembranças delas, essas sim o são.